desconstrução


contaminação


compartilhamento

LABORATÓRIO DE VÍDEO


exercício_4


final
Saí cedo pela manhã sem pensar em voltar. Não no sentido de "nossa nunca mais voltarei", mas sim no outro, mais literal - não pensar sobre o depois. No correr do dia as coisas iam bem. De repente tropecei. Foi nada. É normal. Logo apareceu algum problema enquanto batia fome. Comi sem beber nada, falei com quem tinha que falar, escovei os dentes e segue o dia. Não costumo passar fio dental. Deveria, né? As coisas normalizaram, poucos problemas, estava tudo calmo. O dia tava passando e mal lembrava do que tinha comido de café da manhã - um bom sinal. Tudo fluindo. Subi escadas. Desci escadas. Um. Dois. Três. Quatro cafés, por favor: sem açúcar e sem leite. Isso. Por favor. Comi algo doce e não escovei os dentes depois. Mais um pecado. A grama parecia distante, mas caminhei até lá. Tirei os sapatos. Vesti os sapatos. Voltei ao lugar de onde tinha vindo. O tempo passava. Chegou o fim do dia, a luz baixou depressa. Não esperou por mim. Tudo ficou estranho. As ruas de noite não são como durante o dia. Elas não são convidativas. Elas castigam. Dizem que o tempo pega todo mundo e não faz boa coisa. Também dizem que ele é um remédio milagroso. O dia se tornou noite e agora eu comecei a pensar em voltar. O tempo pareceu ser um remédio que não fazia boa coisa. Ficou difícil voltar para de onde saí pela manhã.